Guerras

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MITOLOGIA GRECO-ROMANA

Conjunto das narrativas fantásticas e simbólicas das civilizações grega e romana e também chamadas de mitos (do grego mythos, fábula). Os personagens dessas narrativas são um grupo específico de deuses e heróis que se envolvem em circunstâncias extraordinárias em um tempo não identificado.

            As narrativas mitológicas surgem no decorrer da história como forma de explicar a existência humana e os fenômenos sobrenaturais, contar a vida e as proezas de deuses e heróis ou ainda justificar as instituições sociais ou políticas. A mitologia greco-romana exerce grande influência na arte, principalmente na literatura e no teatro durante a Antiguidade e o Renascimento.

MITOLOGIA GREGA – Resulta da fusão das mitologias micênica e dórica, dos primeiros povos que ocuparam a Grécia. Tem suas principais fontes na Teogonia, de Hesíodo, e na Ilíada e na Odisséia, de Homero, escritas no século VIII a.C. Teogonia é a mais completa e importante fonte de mitos sobre a origem e a história dos deuses. Já as narrativas de Homero descrevem os grandes feitos da história grega, nos quais os heróis são ajudados pelos deuses, como na Guerra de Tróia. Os deuses gregos são divididos em diversos grupos.

O mais poderoso é o dos deuses do Olimpo, que se dividem em várias classes. A classe superior é formada por Zeus, governante de todos os deuses; Apolo, deus da música e da poesia; Palas Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da guerra; Hefestos, ferreiro dos deuses; Hermes, mensageiro dos deuses; Posêidon, deus dos terremotos e do oceano; Afrodite, deusa do amor; Ártemis, deusa da caça; Deméter, da agricultura; Hera, irmã e mulher de Zeus; e Héstia, deusa do fogo. Numa classe inferior estão Hades, irmão de Zeus e deus dos infernos; Dioniso, deus do vinho; Pã, deus das florestas; as ninfas, guardadoras da natureza; e as musas, que representam as artes e as ciências. Os heróis, seres mortais em sua maioria, são tão importantes na mitologia grega quanto os deuses. Os primeiros a surgir são Jasão, Teseu e Édipo. Na Guerra de Tróia destacam-se, entre outros, Agamenon, Menelau e Ulisses (em grego Odisseus). Mas o principal herói grego é Héracles, mais conhecido pelo nome romano, Hércules.

            MITOLOGIA ROMANA – A principal função da mitologia romana é explicar o surgimento e a história de sua nação. Um exemplo é a narrativa mítica sobre a origem de Roma, segundo a qual os irmãos Remo e Rômulo fundam a cidade em 753 a.C. A mitologia romana arcaica, anterior ao contato com os gregos, cultuava três deuses principais: Júpiter, deus dos céus, posteriormente correspondendo a Zeus; Marte, o deus da guerra (Ares); e Quirino, que representava as pessoas comuns. Durante o século VIII a.C., os romanos entram em contato com a cultura grega, que passa a exercer forte influência sobre sua mitologia. Surgem, em Roma, inúmeros deuses e heróis muito semelhantes aos gregos, diferindo desses apenas no nome. No século VI a.C., os romanos começam a cultuar Juno, identificada com a deusa grega Hera, e Minerva, com Palas Atena. Entre os séculos VI a.C. e II a.C., aparecem Baco (o grego Dioniso), Diana (Ártemis), Mercúrio (Hermes), Netuno (Posêidon), Plutão (Hades) e Vênus (Afrodite).


TIGRES ASIÁTICOS

Expressão usada para designar países do Sudeste Asiático com desempenho econômico excepcional entre as décadas de 60 e 80. A crise no sistema financeiro desses países ocasionam a fuga de capitais e a especulação a partir de meados de 1997. Isso leva a Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Cingapura, Taiwan (Formosa) e Coréia do Sul a desvalorizar suas moedas. Alguns países, como Tailândia e Coréia do Sul, recorrem ao FMI para conseguir novos empréstimos e ajustar a economia. Os coreanos recebem o maior aporte financeiro: US$ 57 bilhões.A crise financeira nesses países repercute nas bolsas de valores de todo o mundo, que apresentam forte queda a partir de outubro de 1997. O movimento atinge em cheio o Japão, cujo sistema bancário se enfraquece muito.Coréia do Sul, Taiwan (Formosa), Hong Kong e Cingapura apresentam altas taxas de crescimento desde os anos 60. Já Tailândia, Indonésia e Malásia, chamados novos Tigres, deslancham na década seguinte. Recentemente, Filipinas e Vietnã também se destacam. Até a metade dos anos 90, eles obtêm crescimento anual em torno de 8%, mantendo-se próximos dessa taxa mesmo em épocas menos favoráveis na economia mundial. A partir desta década, no entanto, o crescimento das exportações cai rapidamente e a maioria desses países apresenta elevados déficits em conta corrente.Até os anos 90, o desempenho dos Tigres Asiáticos se baseia no aumento das exportações de bens de consumo aos mercados da América do Norte, Ásia e Europa. Os setores mais dinâmicos são vestuário, eletroeletrônicos e computadores. Entre os fatores que favorecem esse crescimento acelerado estão as altas taxas de poupança e investimento, que em alguns países chegam a 40% do PIB; boa qualificação da mão-de-obra, resultante da ênfase no ensino básico; e salários baixos. Em alguns países há o incentivo do governo nos setores estratégicos, como é o caso da Coréia do Sul. Já outros, como Hong Kong, têm sua base mais apoiada no livre mercado. De qualquer modo, todos mantêm estabilidade política e econômica, muitas vezes por meio de governos autoritários.Os anos de rápido crescimento, no entanto, provocaram aumento nos salários e perda de competitividade. Por conta disso, a China entra no páreo, já que ali os salários são ainda menores, e consegue arrebatar boa parte do mercado de seus vizinhos. Outro problema para os Tigres é o rápido crescimento dos empréstimos externos e a especulação imobiliária, o que compromete a saúde do sistema bancário e repercute negativamente na economia. Para os próximos anos espera-se que os países tenham crescimento bem inferior ao alcançado nas últimas décadas. A Tailândia, por exemplo, registra crescimento próximo de zero em 1998.




domingo, 20 de novembro de 2011

Nova Ordem Mundial

Expressão que designa a situação global após o fim da Guerra Fria, quando desaparece o antagonismo existente entre os Estados Unidos (EUA) e a antiga União Soviética (URSS) desde o término da II Guerra Mundial. O termo é utilizado pelo ex-presidente estadunidense George Bush (1989-93). Um de seus marcos é a Guerra do Golfo, no início de 1991, na qual uma ampla coalizão militar contra o governo de Saddam Hussein, no Iraque, une pela primeira vez as principais potências ocidentais, lideradas pelos EUA, a então URSS e a maioria dos países árabes.

            A nova ordem corresponde ao fenômeno da globalização, em que se intensifica a integração entre os países. Uma de suas características principais é a liberalização econômica. Os Estados deixam de lado as políticas de defesa de seus produtos, as barreiras comerciais e as limitações ao livre fluxo de capitais. Ao mesmo tempo, há uma tendência ao regionalismo, que leva ao desenvolvimento de blocos econômicos, como a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), União Européia (UE) e Mercado Comum do Sul (Mercosul).

            O fluxo internacional de bens, serviços e capitais é intenso, favorecido pelo desenvolvimento da tecnologia de informação. Mantém-se a importância de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial na condução de programas de ajuste dos países em desenvolvimento, bem como no levantamento de recursos para operações de defesa do sistema financeiro, em crises como as vividas a partir de 1997 na Ásia.

            Nos países em desenvolvimento, as transformações em geral não alteram a situação de desigualdade social e de má distribuição de renda. Entre 1960 e 1992 calcula-se que dobra, em nível mundial, a diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres. A produção e distribuição de drogas é um dos principais problemas da situação mundial. O narcotráfico é responsável por uma movimentação de 500 bilhões de dólares anuais, segundo dados de 1992 da ONU (Organização das Nações Unidas), perdendo apenas para o comércio mundial de armas. O comércio ilegal de drogas prospera numa economia mundial integrada, em que a desregulamentação financeira facilita a “lavagem” de dinheiro.

            Os EUA firmam-se como a grande potência mundial, com grande força militar e econômica. Com base em seu peso político nos principais organismos internacionais, como a ONU, FMI e Banco Mundial, influenciam políticas de intervenções em diversos países no mundo. Com a cobertura de decisões da ONU e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), são realizadas incursões militares contra Estados cujas políticas são consideradas uma ameaça à paz e à segurança internacionais, como é o caso de Iraque (1991), Afeganistão, Sudão (1998) e Iugoslávia (1999). A ex-URSS, desmembrada em vários Estados, e os países da antiga órbita soviética na Europa oriental enfrentam sérios problemas econômicos e sociais com a transição ao capitalismo. No caso da Federação Russa, a economia é dominada por máfias que controlam negócios ilícitos como o contrabando de drogas e armas.

O poderio norte-americano não elimina a intensa guerra comercial travada com os demais países desenvolvidos, em particular o Japão e os da Europa ocidental. Interesses ligados aos países avançados estão muitas vezes por trás de conflitos ocorridos na África e na Ásia, que têm também um forte componente étnico. A nova ordem, que elimina as diferenciações ideológicas presentes na Guerra Fria, vê ressurgir ou se aprofundar ódios entre povos que disputam uma mesma região. Conflitos levam à desagregação de diversas nações, que se dividem ou assistem ao crescimento de movimentos separatistas.


O Mundo na visão estadunidense



Socialismo

SOCIALISMO
simbolo do socialismo (martelo e a foice)

Socialismo utópico, Socialismo científico, Socialismo no poder



Corrente de pensamento que se desenvolve a partir do século XIX em oposição ao liberalismo e ao capitalismo. Propõe uma organização social na qual são abolidas a propriedade privada dos meios de produção e a sociedade de classes. Há diferentes formas de socialismo. Algumas doutrinas pregam o controle rigoroso e autoritário do Estado na economia e na sociedade, enquanto outras permitem maior descentralização.

            Socialismo utópico – O pensamento socialista é primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), que instituem o chamado socialismo utópico. A denominação vem do fato de seus teóricos exporem os princípios de uma sociedade ideal sem indicar os meios para alcançá-la. Defendem a socialização dos meios de produção, a supressão da herança, a proteção do indivíduo, a abolição da moeda, a produção sem fins lucrativos e o ensino para todos.

            Socialismo científico – Karl Marx e Friedrich Engels criam a teoria do socialismo científico. É chamado assim por não se apresentar mais como um ideal, mas como uma necessidade histórica que deriva da crise do capitalismo. Está fundamentado numa análise científica da sociedade capitalista, baseada na concepção materialista da história (o modo de produção determina as relações sociais). Essas idéias estão presentes nas obras Contribuição à Crítica da Economia Política (1859) e O Capital (1867), entre outras. Marx e Engels criticam os partidários do socialismo utópico e defendem a organização da classe trabalhadora como força revolucionária. Em 1848, Marx e Engels lançam O Manifesto do Partido Comunista, que analisa a história como o resultado da luta entre as classes sociais. No capitalismo a oposição se dá entre burgueses – proprietários dos meios de produção – e proletários, que vendem sua força de trabalho. O Manifesto afirma que a classe operária é internacional e instiga o proletariado de todo o mundo a se unir para tomar o poder.
Karl Marx e Friedrich Engels

Traduzido para várias línguas, tem forte influência nos movimentos operários e revolucionários.

            Socialismo no poder – Em 1864 é realizada a Primeira Internacional dos Trabalhadores, associação de trabalhadores socialistas. Eles começam a lutar pelo poder por meio de partidos socialistas e sindicatos operários. Sete anos depois, a Comuna de Paris estabelece uma ditadura proletária na França, mas a experiência dura somente dois meses. Em 1917, a Revolução Russa inicia o processo de construção do socialismo em larga escala. O regime, no entanto, assume caráter centralizador e totalitário, que se espalha por diversos países. Com o fim da URSS, em 1991, o sistema extingue-se nas ex-repúblicas soviéticas e nos países do Leste Europeu. Atualmente, os governos comunistas do Vietnã, de Cuba e da China adotam alguns princípios capitalistas de economia de mercado.


Proclamação da República

Partido Republicano, Conspiração

Movimento político-militar que extingue o Império e instaura no país uma república federativa. A proclamação da República é feita pelo marechal Deodoro da Fonseca no dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro.

O novo sistema de governo é implantado depois de uma campanha política que dura quase 20 anos. O esforço nacional em torno da Guerra do Paraguai coloca na ordem do dia as questões do regime republicano e da luta contra a escravidão. Em dezembro de 1870, políticos, intelectuais, jornalistas, advogados e profissionais liberais lançam no Rio o Manifesto Republicano. Defendem um regime presidencialista, representativo e descentralizado. No ano seguinte, o governo sanciona a primeira lei contra a escravatura. Daí por diante, as campanhas republicana e abolicionista caminham paralelas.

            Partido Republicano – No mesmo ano em que é lançado o Manifesto Republicano, 1870, também é fundado no Rio de Janeiro o Partido Republicano, com a proposta básica de defender os princípios e os ideais republicanos e federativos. Ele ganha mais força a partir de 1873, com a fundação do Partido Republicano Paulista, PRP. Mas apesar da crescente simpatia popular pela causa republicana, o partido tem pouco sucesso nas eleições. Para os republicanos históricos, que formam o núcleo político-ideológico do movimento, fica cada vez mais claro que o novo regime não será conquistado apenas com propaganda política e atuação eleitoral. Mesmo com as evidentes dificuldades, a monarquia continua sólida.

Diante desse quadro, republicanos "exaltados" e militares positivistas, como Benjamin Constant, defendem a intensificação da mobilização popular e uma aproximação maior com os militares.

            Conspiração – O último abalo da monarquia é a abolição da escravatura. O imperador perde o apoio de escravocratas, que aderem à república. Liderados pelos republicanos históricos, civis e militares conspiram contra o império. Comandante de prestígio, o marechal Deodoro da Fonseca é convidado para chefiar o golpe. Em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, à frente de suas tropas, o militar proclama a República. O antigo regime não resiste. Dom Pedro II e a família real são desterrados e embarcam para a Europa dois dias depois. Deodoro da Fonseca assume a chefia do novo governo provisório.

Mineração no período colonial

A economia mineradora

1. Introdução:


o mapa foi tirado do livro Nova História Crítica do Brasil de Mário Schmidt da editora Nova Geração

No final do século XVII, seriam descobertas na colônia portuguesa as maiores reservas de ouro já exploradas no Ocidente desde a época do Império Romano. Isso vai trazer uma grande população européia e cativa africana ao Brasil e vai gerar também um grande dinamismo econômico na colônia. Logo, a América portuguesa se tornará, enfim, a mais importante colônia portuguesa.

2. A economia mineradora:

. O bandeirismo: Eram quatro os fatores de interiorização da colonização portuguesa: a pecuária, a busca por especiarias e drogas do sertão, a busca por metais e o apresamento de índios. Desses todos, o mais importante é o último, que era a área de atuação por excelência dos bandeirantes – também chamados de paulistas. Eles iam ao interior aprisionar índios para vendê-los como escravos para fazendeiros.

. A descoberta e a imigração: A primeira descoberta de ouro em Minas Gerais se deu em 1693 e a exploração de fato começou em 1698. Os diamantes foram descobertos em 1728. Essas descobertas levam a uma grande imigração para a região, em um fluxo total de 600 mil portugueses para a região durante 60 anos.

. A guerra dos emboabas (1707-9): Os paulistas descobriram as minas de ouro e foram seus primeiros exploradores, porém logo chegaram vários portugueses que iam explorando o ouro e, principalmente, o lucrativo abastecimento da região. Dá-se, então, uma briga entre os pioneiros bandeirantes e os emboabas – os portugueses que chegaram depois, como eram chamados pelos paulistas. Os emboabas foram vitoriosos.

. Os caminhos: O primeiro caminho que levava à região mineira partia de São Paulo e a viagem demorava 60 dias. Logo, foram construídos o Caminho Real e o Caminho Novo, este – de 1701 – era o mais importante. Partia do Rio de Janeiro e a viagem demorava ‘apenas’ 12 dias.

. O abastecimento: O Rio assume, assim, uma posição privilegiada com a mineração, já que é porta de entrada de escravos, imigrantes, artigos metropolitanos para as minas e porta de saída de ouro e diamantes.

Ainda, será a principal região abastecedora de alimentos para Minas. Abastecimento esse que foi sempre muito problemático, já que os principais esforços dos mineradores eram pela exploração de ouro. O preço dos alimentos e artigos básicos era altíssimo e houve sérias crises de fome. A mineração leva a um dinamismo da economia colonial, com formação de um mercado interno, com certa especialização e integração. . A sociedade mineira: A sociedade mineira tem certas inovações em relação à sociedade açucareira. É mais urbanizada, tem mais artistas, literatos e cultura em geral. Há ainda uma diversidade maior na escravidão, apesar de esta continuar predominante. Há o surgimento da figura do escravo de ganho e outras formas de escravidão e há ainda um número maior de alforrias – liberdade do escravo dada ou comprada.

. Fiscalismo: A Coroa portuguesa cria um grande aparato burocrático para retirar o máximo de impostos da mineração e evitar o contrabando que, com toda a fiscalização, foi grande no período. 20% de todo o ouro extraído deveria ser doado à Coroa, é o quinto. A exploração de diamantes tinha uma forma específica a partir de 1740. Desse período até 1771, foram explorados sob contrato régio e em seguida sob monopólio real.
Ouro levado para as casas de fundição
Após sua extração, o ouro era levado para as Casas de Fundição. Ali, era quintado, fundido e transformado em barras, assegurando o controle dos lucros da exploração aurífera pela coroa portuguesa

. Revolta de Vila Rica (1721): Várias são as formas feitas pela Coroa para arrecadar o quinto: a capitação e as Casas de Fundição são dois exemplos. No primeiro, havendo ou não a extração do ouro, os exploradores de ouro tinham que entregar uma cota específica aos fiscais. No segundo, instituído em 1725, todo o ouro deveria ser fundido nas casas de fundição, aonde se retiraria o quinto. As casas de fundição foram adotadas devido à revolta de Vila Rica, feita pelos mineradores contra o sistema de capitação.


Ouro Preto, antiga Vila Rica

. A decadência da mineração e o ‘renascimento agrícola’: A produção de ouro é ascendente até 1750, passando a ser decadente a partir de então, levando a Coroa a tomar medidas extremas para manter a alta arrecadação. Com a decadência da mineração, a capitania de Minas se torna uma forte região agropecuária e dá-se o que é chamado de ‘renascimento agrícola’, onde os principais produtos de exportação do Brasil voltam a ser provindos da agricultura. Na verdade, a colônia não deixou de ser agrícola em função da mineração. De qualquer forma, a partir de fins do século XVIII passa a ser exportada uma gama mais variada de produtos: o anil, os produtos da pecuária, o arroz, o algodão, além do tabaco e da cana e seus derivados.

. A reformulação das fronteiras: Portugal havia ocupado a Amazônia com a exploração das drogas do sertão e o atual Centro-Oeste brasileiro com a mineração. Em 1680, Portugal funda a colônia de Sacramento – região do atual Uruguai – em território espanhol, região de escoamento da prata. Em 1750, Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madri, onde Sacramento fica com a Espanha e a Amazônia e o ‘Centro-Oeste’ com Portugal, dando as linhas aproximadas do atual território brasileiro.


O texto acima foi extraído do endereço eletrônico a seguir:
http://pt.scribd.com/doc/22024408/Historia-Brasil-Colonia-Mineracao-Resumo-Questoes-Gabarito-Prof-Marco-Aurelio-Gondim-www-marcoaurelio-tk

Idade Média - Feudalismo


O SISTEMA FEUDAL, PRINCIPAIS CRUZADAS,

482-751- Clóvis I, da dinastia merovíngia, unifica as tribos francas e conquista a Gália, originando o Reino Franco, o mais poderoso da Europa Ocidental. Clóvis converte-se ao cristianismo, o que, pelo costume franco, significa a cristianização de todo o povo. Após sua morte, em 511, o reino é dividido e os governantes merovíngios travam várias guerras. Um deles, Pepino, o Breve, depõe o último rei merovíngio em 751 e funda a dinastia carolíngia.

Século IV – X – Situados nas florestas da Guatemala e de Honduras, e na península de Yucatán, no México, os maias formam cidades-estados independentes com governo teocrático. Utilizam avançadas técnicas de irrigação na cultura do milho, do feijão e de tubérculos e realizam trocas comerciais. Constroem templos, pirâmides e palácios de pedra e criam um calendário que determina com precisão o ano solar (365 dias). Adotam a escrita hieroglífica e, na matemática, inventam as casas decimais e o conceito do valor zero. São politeístas e cultuam deuses da natureza.

630-1258 – As tribos da Arábia se unificam por meio do islamismo e da língua árabe, dando origem ao Império Árabe. Com o propósito de difundir a nova religião, o império se expande até a Índia, o norte da África e penetra na Europa pela península Ibérica. Sua divisão em Estados independentes e as divergências entre as seitas islâmicas dos sunitas e xiitas provocam a decadência. A invasão de Bagdá pelos mongóis põe fim ao império.

751-768 - A principal marca do governo de Pepino, o Breve, da dinastia carolíngia, é a bem-sucedida campanha militar lançada contra os lombardos, a pedido do papa Estevão II. Após a vitória, as terras inimigas são doadas à Igreja sob o nome de Patrimônio de São Pedro.

768-814 – O Reino Franco atinge o apogeu durante o reinado de Carlos Magno, primogênito de Pepino, o Breve. Carlos Magno dá continuidade à política expansionista carolíngia. Domina o Reino Lombardo, terras dos saxões na Germânia, a Baviera, o sul dos Pirineus, Barcelona e as ilhas Baleares e integra os povos conquistados por meio do cristianismo. Promove um grande renascimento cultural, conhecido como Renascimento Carolíngio: estimula a fundação de escolas e se torna um dos responsáveis pela transmissão da cultura greco-romana para os tempos futuros. Em 800 é coroado imperador pelo papa Leão III, adquirindo, assim, a incumbência de disseminar e defender a fé cristã. Após sua morte, em 814, o império se enfraquece.

843-987 – Disputas e guerras sucessórias envolvem os netos de Carlos Magno e resultam no Tratado de Verdun, que resulta na divisão do Império Franco em três reinos: Carlos, o Calvo recebe a parte correspondente à França; Luís, o Germânico fica com o território alemão; e Lotário recebe a parte central do Império, que se estende da Itália até o mar do Norte. Inicia-se o processo de desintegração da Europa, que irá redundar no feudalismo.

O SISTEMA FEUDAL – É o sistema de organização econômica, política e social da Europa Ocidental característico da Idade Média, que vigora entre os séculos IX e XVI.Com as bárbaras e a desagregação do Império Romano do Ocidente, a Europa inicia profunda reestruturação, marcada pela descentralização do poder, pela ruralização e pelo emprego de mão-de-obra servil. A estrutura social é estamental, com pouca mobilidade social, e baseada em relações de dependência servil e vassalagem.O feudo constitui a unidade territorial da economia, que se caracteriza pela auto-suficiência e pela ausência quase total do comércio e de intercâmbios monetários.A produção é predominantemente agropastoril, voltada para a subsistência.A Igreja Católica transforma-se em grande proprietária feudal, detendo poder político e econômico e exercendo forte controle sobre a produção científica e cultural da época.

962 – O papa João XII nomeia Otto I imperador do Sacro Império Romano-Germânico (I Reich), numa tentativa de conter os ataques húngaros na Europa cristã. Seus domínios abrangem a porção ocidental da Alemanha, a Áustria, a Holanda (Países Baixos), parte da Suíça, da Polônia e o leste da França. Acentua-se a corrupção e a Igreja Católica torna-se mais suscetível ao poder político, promovendo a venda de cargos eclesiásticos (simonia). O império se mantém forte até o final do século XI. A partir de 1250 compreende um conjunto de pequenos Estados, nos quais o poder local do príncipe supera a autoridade central do imperador.

987 – Após a morte de Luís V, último rei da dinastia carolíngia, nobres franceses elegem Hugo Capeto, conde de Paris, rei da França. Inicia-se o processo de formação da monarquia francesa.

1054 – A Igreja Oriental (Igreja Cristã Ortodoxa Grega) rompe com a Igreja Ocidental (Igreja Católica Apostólica Romana) no chamado Cisma do Oriente. Desde o início do Império Bizantino havia divergências na orientação das duas Igrejas: a Oriental tem certa independência em relação a Roma, celebra seus rituais em grego, é subordinada ao Estado e rejeita algumas crenças ocidentais, como a fé no purgatório. O motivo fundamental para a cisão, porém, é o conflito entre as lideranças das duas Igrejas pelo controle das dioceses do sul da península Itálica.

1066 – Guilherme I, o Conquistador, duque da Normandia, invade a Inglaterra, vence a Batalha de Hastings e submete os saxões a um poder centralizado e autoritário: até então a Inglaterra era dividida em sete reinos feudais. É o início da dinastia normanda na Inglaterra e da monarquia inglesa.

1075 – O Sacro Império Romano-Germânico e o papa Gregório VII travam uma disputa conhecida como a Questão das Investiduras. Procurando diminuir a participação do imperador nas decisões internas da Igreja, o papa proíbe a investidura (nomeação de bispos e padres) leiga e institui o celibato. O rei Henrique IV desacata a ordem e é excomungado pelo papa.

Após um conflito armado é definida a Concordata de Worms (1122), que delibera a não-interferência do papa em questões políticas e proíbe o imperador de nomear cargos eclesiásticos.

1095-1270 – Para refazer a unidade cristã abalada pelo Cisma do Oriente, o papado investe em expedições militares – as cruzadas. Elas têm o objetivo de propagar o cristianismo, combater os muçulmanos e cristianizar territórios da Ásia Menor (atual Turquia) e da Palestina. Formadas por cavaleiros e comandadas por nobres, príncipes ou reis, as cruzadas também possuem motivações não religiosas, como a conquista de novos territórios e a abertura de rotas comerciais marítimas e terrestres para o Oriente. Produtos como seda, tapetes, armas e especiarias foram introduzidos no consumo da Europa pelos cruzados.

PRINCIPAIS CRUZADAS – São cinco grandes expedições militares rumo ao Oriente:

Cruzadas dos Mendigos (1096) – Primeira cruzada extra-oficial.Reúne mendigos e ataca tribos árabes.Todos os cruzados são aniquilados.

1ª Cruzada (1096-1099) – Conhecida como Cruzada dos Barões, é a primeira cruzada oficial francesa e agrega cerca de 500 mil pessoas.Chega a Jerusalém, onde é fundado um reino cristão.

2ª Cruzada (1147-1149) – Motivada pela tomada de Edessa pelos turcos.Os cruzados são derrotados em Doriléia, quando empreendem a ofensiva na Palestina.

3ª Cruzada (1189-1192) – Chamada de Cruzada dos Reis, é liderada pelo rei inglês Ricardo Coração de Leão, que estabelece um acordo com o sultão Saladino, do Egito, para que os cristãos possam realizar peregrinações a Jerusalém.

4ª Cruzada (1202-1204) – Financiada por venezianos interessados na rota comercial do Império Bizantino.Tomam e saqueiam Constantinopla.

1118-1312- Hugues de Payns funda a Ordem dos Cavaleiros Templários, depois da conquista de Jerusalém. Inicialmente conhecidos como Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, seu propósito era proteger a viagem de cristãos à Palestina. No decorrer dos anos se tornam muito poderosos e conquistam, por meio de doações, vastas propriedades em toda a Europa, principalmente na França. A instituição é abolida em 1312, com a morte do Grande Mestre, Jacques de Molay, nas fogueiras da Inquisição.

1158 – Uma associação de comerciantes no norte da Alemanha cria a Liga Hanseática, para proteger e promover interesses comerciais comuns. A Liga se transforma em importante força política na Europa, congregando diversas cidades da Alemanha e comunidades alemãs na Holanda, na Inglaterra e no mar Báltico e incentivando o surgimento de cidades livres e associações mercantis.

1206 – Gêngis Klan unifica tribos da Ásia Central (atual Mongólia) e inicia o Império Mongol – tribunal da Igreja Católica instituído para perseguir, julgar e punir os acusados de heresia (doutrinas ou práticas contrárias às definidas pela Igreja). As punições variam desde uma retratação pública até o confisco de bens e a prisão perpétua, convertida pelas autoridades civis em execução na fogueira ou forca em praça pública. Em 1252, o papa Inocêncio IV aprova o uso da tortura como método para obter confissão de suspeitos do tribunal.

1278-1295 – O mercador italiano Marco Polo, acompanhado do pai e do tio, chega à China, abrindo caminho a outros viajantes e promovendo o intercâmbio entre Ocidente e Oriente. Permanece na China por 17 anos, exercendo funções administrativas e diplomáticas na corte do soberano Kublai Klan, neto de Gêngis Klan. Em 1295, os Polo voltam a Veneza, com riquezas e especiarias.

1281 – Otman I dá início à expansão turca e à propagação do islamismo, fundando o Império Turco-Otomano. De um pequeno principado na região da Anatólia (atualmente na Turquia), os turco-otomanos estendem seus domínios pela Europa, pelo Oriente Médio e pelo norte da África. O florescimento do império como potência mundial ocorre com a tomada de Constantinopla e a conquista da península Balcânica, nos séculos XIV, XV e XVI.

Século XIII – Os incas fundam Cuzco, a capital do Império Inca, na cordilheira dos Andes (região do atual Peru). Ocupam também territórios do Equador, do Chile e da Bolívia. Enfraquecidos por guerras internas, são dominados pelos espanhóis em 1532. Viabilizam a agricultura nas montanhas, talhando o relevo em degraus, e, nas regiões desérticas do litoral, irrigam a terra por meio de tanques e canais. Dominam a ourivesaria, a cerâmica e conhecem a tecnologia do bronze. Utilizam quipos (cordões e nós coloridos) para registrar acontecimentos e fazer cálculos. São o único povo pré-colombiano a domesticar animais. Constroem centros religiosos e cultuam o deus Sol. Seu rei, intitulado Inca, tem poder absoluto por estar associado a essa divindade.


1309-1377– Descontente com a intromissão da Igreja em assuntos do reino, o rei da França, Felipe IV, prende o papa Bonifácio VIII e nomeia Clemente V, de origem francesa, novo papa. O episódio fica conhecido como Cativeiro de Avignon. O novo papado é instalado em Avignon, de onde se sucede uma série de papas franceses. Após 68 anos, a Santa Sé, sob o comando do papa Gregório XI, recupera o direito de retornar a Roma.

1325-1519 – Em uma área pantanosa ao redor do lago Texcoco, no México, os astecas fundam Tenochtitlán, atual Cidade do México. Chefiada pelo rei, que comanda o Exército, a sociedade asteca é altamente hierarquizada. É constituída pela nobreza, que inclui guerreiros e sacerdotes, e por uma população de agricultores, pequenos comerciantes e artesãos, que prestam serviço militar compulsório. Os astecas realizam importantes obras de drenagem e constroem espécies de ilhas artificiais (chinampas) para ampliar as áreas de cultivo.

Desenvolvem intensa atividade comercial em mercados urbanos. Usam a escrita pictórica e a hieroglífica e estudam a astronomia, a astrologia e a matemática. Entre os vários deuses cultuados estão o da guerra, do Sol, da chuva e a Serpente Emplumada. O império expande-se no reinado de Montezuma II, entre 1502 e 1520, agrupando 500 cidades e 15 milhões de habitantes. Os astecas fundem sua cultura com a dos povos conquistados, cobrando-lhes pesados tributos. Seu declínio começa em 1519, quando a região é invadida por espanhóis que obtêm a cooperação dos grupos dominados para rendê-los.

1337-1453 – A pretensão do rei inglês Eduardo III, neto de Felipe, o Belo, de disputar a sucessão do trono francês é o estopim da Guerra dos Cem Anos, que opõe França e Inglaterra.

O conflito envolve o interesse da Inglaterra no comércio de lã no território de Flandres, sob domínio francês; a ajuda da França à Resistência Escocesa; e a posse de terra que os reis ingleses, duques da Normandia, tinham na área francesa. Ao final da guerra, a França recupera todas as possessões sob domínio inglês. O embate consolida a identidade nacional francesa e facilita uma conspiração da nobreza inglesa, que iniciaria uma guerra civil: a Guerra das Duas Rosas. Outra conseqüência é a perda de poder dos senhores feudais nos dois países e o aumento da autoridade real.

1347 – Trazida por um navio proveniente do mar Negro, a peste negra chega à Europa pelo Porto de Gênova. A epidemia, altamente infecciosa, é transmitida ao homem pelas pulgas de rato. Espalha-se com grande velocidade e provoca a morte de cerca de um terço da população do continente.

1378-1417 – Gregório XI deixa Avignon e retorna à Itália para restabelecer o papado em Roma. Em 1378, na eleição de seu sucessor, dois grupos disputam a indicação do novo papa: os eclesiásticos romanos, partidários da posse de Urbano VI, e os franceses, favoráveis à Clemente VII. Sem acordo, o papado fica dividido: o papa de Avignon passa a ser sustentado pelo rei da França e o romano se mantém com o auxílio do imperador do Sacro Império Romano-Germânico. O episódio fica conhecido como Cisma do Ocidente. Várias tentativas de revogar a cisão falham. Somente após o Concílio de Constança (1417) e a eleição do papa Martinho V é restabelecida a unidade do pontificado.

1385 – Início da monarquia nacional portuguesa. Com origem no humanismo, o Renascimento está associado à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano e à crença no potencial ilimitado da criação humana. Manifesta-se nas artes, na literatura e nas ciências. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo Em conseqüência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

1415 – Portugal inicia a expansão marítima européia. A primeira expedição, comandada pelo rei João I, promove a conquista de Ceuta, importante porto do norte da África e ponto de partida para as futuras expedições e descobertas portuguesas no continente africano.


Reinos Bárbaros

FRANCOS, VÂNDALOS, VISIGODOS, OSTROGODOS, LOMBARDOS, ANGLO-SAXÕES, VIKINGS, ESLAVOS, HUNOS



Reinos que sucedem o Império Romano na Europa, no século V. As sucessivas invasões dos bárbaros na Europa Ocidental dão origem ao sistema de organização do feudalismo iniciando a Idade Média. De índole guerreira, os bárbaros são definidos como aqueles que não tinham costumes comuns aos romanos. Entre esses reinos se destacam o dos germânicos (francos, vândalos, visigodos, ostrogodos, lombardos, anglo-saxões e vikings), dos eslavos e dos hunos.

            FRANCOS – Formam o mais poderoso reino romano-germânico da Europa Ocidental. Ocupam a planície norte do rio Reno até o século IV. Conquistam a Gália e instituem, em 482, a dinastia merovíngia. Clóvis I, o principal rei dessa dinastia, governa entre 482 e 511 e consolida as fronteiras do reino. Converte-se ao cristianismo, em 497, e inaugura uma aliança com a Igreja. Em 751, Pepino, o Breve funda a dinastia carolíngia. Seu filho, Carlos Magno, se torna rei dos francos em 768 e começa a expansão do Império. É coroado imperador pelo papa, em 800, em uma tentativa de restaurar o Império Romano do Ocidente. Após sua morte, o Império se enfraquece e, em 843, é repartido. A divisão prolonga-se até 987, quando Hugo Capeto é coroado rei da França.

            VÂNDALOS – Em 406, os vândalos chegam à Eslováquia e à Transilvânia (Romênia). Atravessam a Gália e alcançam a Hispânia em 409. Conquistam Cartago em 439. Constituem, em 442, o primeiro reino germânico em território romano ocidental. Conhecidos pelas pilhagens, dominam o Mediterrâneo e invadem Roma em 455. Estabelecem um reino no norte da África, em Cartago. Em 534 a cidade é destruída pelo Império Bizantino.

            VISIGODOS – De origem germânica, instalam-se às margens do mar Báltico. Migram para a região do rio Danúbio, em 376, e realizam incursões de pilhagem nos Bálcãs e no Peloponeso. Em 410 saqueiam Roma e posteriormente fundam Toulouse (França), em 419. Tentam conquistar a Gália, lutando contra os francos, a partir de 507.

            OSTROGODOS – Avançam para o oriente da Europa e criam, em 200, um reino próximo ao mar Negro, que é destruído pelos hunos em 375. Conseguem reagrupar-se e constroem um reino na Itália em 493. Enfrentam o Império Bizantino até 552, quando são vencidos.

            LOMBARDOS – Migram da Escandinávia para a região do Danúbio, onde formam o primeiro reino. O segundo situa-se na península Itálica, em 568. Em 751 vencem o poder bizantino na Itália central. Em 773 rendem-se aos francos.

            ANGLO-SAXÕES – Baseiam-se nas ilhas Britânicas, em 450, sete reinos romano-germânicos, unificados em 959 diante da ameaça dos vikings. Mas não resistem à invasão, e a Inglaterra torna-se sede do Império Viking.

            VIKINGS – Também chamados de normandos, estabelecem em 900 os reinos da Dinamarca, Noruega e Suécia No século X expandem-se pelo litoral norte dos reinos francos, pela península Ibérica, pelas ilhas Britânicas, pelo Mediterrâneo e pelos territórios eslavos e bálticos. Utilizam um tipo de embarcação que permite navegar em alto-mar. Em 982 alcançam a Groenlândia.

            ESLAVOS – Os reinos eslavos são formados por povos da Rússia Ocidental que, a partir do século VII, se deslocam para o oeste, ocupando as terras a leste do rio Elba, estendendo-se até os Bálcãs. Dividem-se em três grupos: o reino russo, o polonês – hegemônico entre os eslavos e aliado dos germanos – e o búlgaro.

            HUNOS – Originários da Ásia, estão entre os mais importantes reinos tártaro-mongóis. Estabelecem-se na região do Turcomenistão antes da era cristã. Chegam à costa do mar Negro em 375. Destroem o reino ostrogodo e submetem os povos germânicos. Em 441, Átila torna-se chefe supremo, incorpora os romanos a seus exércitos, avança contra Bizâncio e invade a Gália. Após sua morte, em 453, os hunos são aniquilados pelos germanos.


União Ibérica

Período também chamado de Domínio Espanhol, em que Portugal fica submetido à Espanha entre 1580 e 1640, em razão da crise sucessória da monarquia portuguesa e do expansionismo da dinastia dos Habsburgos. A união das coroas ibéricas, que equivale na verdade à anexação de Portugal pela Espanha, tem grande repercussão no Brasil, ao favorecer a expansão de seu território e ao provocar invasões de países inimigos da Espanha.

Em 1578, o rei dom Sebastião morre na batalha de Alcácer-Quibir, durante uma cruzada ao Marrocos, e o reino de Portugal fica sem herdeiro e sucessor direto. O cardeal dom Henrique, tio de dom Sebastião, assume o trono e morre dois anos depois. Com ele acaba a dinastia de Avis e se inicia uma crise de sucessão dinástica. O principal pretendente é o rei Felipe II, um neto de dom Manuel I, o Venturoso (1495-1521), em cujo reinado foi descoberto o Brasil. Felipe II , da casa Habsburgo, além da Espanha, reinava sobre o Sacro Império Romano-Germânico e os Países Baixos.

Felipe II impõe sua aceitação como rei de Portugal. É assinado o Tratado da União Ibérica entre as duas Coroas, que formalmente mantêm a autonomia dos reinos, mas na prática submete Portugal à Espanha. O tratado vigora até 1640, quando Portugal recupera plena autonomia graças ao movimento da Restauração, liderado por dom João IV, com apoio da Holanda e da Inglaterra. A guerra contra a Espanha, porém, perdura até 1661.

            Conseqüências para o Brasil – O acordo da União Ibérica traz duas conseqüências importantes para o Brasil. Uma delas é a livre movimentação entre os domínios portugueses e espanhóis na América, o que facilita e estimula a penetração dos luso-brasileiros no interior do território, ultrapassando a demarcação estabelecida no tratado de Tordesilhas. A outra é a retaliação sofrida pela colônia por parte de nações estrangeiras inimigas da Espanha, como nas invasões francesas e nas invasões holandesas. Neste último caso, o apoio da Holanda à Restauração obriga Portugal a manter-se afastado da guerra no Nordeste e até, durante alguns anos, a recusar apoio direto aos luso-brasileiros que lutavam pela expulsão dos holandeses.


Invasões Holandesas

Investidas, Maurício de Nassau, Insurreição Pernambucana

No século XVII, os holandeses realizam tentativas de estabelecer-se no Nordeste brasileiro, na Bahia (1624), em Pernambuco (1630) e no Maranhão (1641). As invasões são um empreendimento ligado aos interesses do mercantilismo holandês na América colonial. O objetivo é recuperar para a Holanda o comércio de açúcar e de escravos no Brasil, fortemente prejudicado durante a vigência da União Ibérica (1580-1640).

Os holandeses, tradicionais parceiros dos portugueses no comércio de açúcar e escravos, têm seus interesses profundamente abalados em 1580, quando uma crise sucessória leva à passagem do trono português para a Coroa espanhola. Rivais dos espanhóis, os holandeses são proibidos de aportar em terras portuguesas e perdem os privilégios no comércio de açúcar. Em 1621, o governo central e algumas províncias holandesas formam a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, misto de empresa comercial, militar e colonizadora, para ocupar as terras canavieiras, controlar a produção dos engenhos e recuperar os lucrativos negócios na América e na África.

            Investidas – A primeira invasão ocorre em maio de 1624, quando uma frota armada da companhia ataca e ocupa Salvador. A ocupação, contudo, dura pouco. No ano seguinte, forças luso-espanholas, com 52 navios e mais de 12 mil homens, obtêm a rendição holandesa. Em 1627 é feita nova tentativa frustrada contra Salvador. Depois dos ataques à Bahia, os holandeses investem contra Pernambuco, capitania igualmente rica e menos protegida. Em fevereiro de 1630, uma esquadra de 56 navios chega ao litoral pernambucano, e seus homens ocupam Olinda e Recife. A resistência da população, organizada pelo governador da capitania, Matias de Albuquerque, em torno do Arraial do Bom Jesus e de Porto Calvo (Alagoas), dificulta a consolidação do controle holandês. A partir de 1632, com a ajuda de um mulato pernambucano, Domingos Fernandes Calabar, os estrangeiros avançam contra as fortalezas do litoral e os principais redutos de resistência brasileira no interior.Calabar, que de início combatia os invasores, passara a acreditar que o domínio holandês seria mais benéfico que o português e por isso mudara de lado, em 1633. Sem os reforços prometidos por Portugal e Espanha, Matias de Albuquerque retira-se para a Bahia em 1635. A luta nativa limita-se à guerrilha em alguns pontos de Pernambuco e capitanias vizinhas.

Em ataque contra Porto Calvo, Calabar é preso e executado como traidor. Entre 1637 e 1641, os holandeses consolidam seu poder sobre toda a região entre o Ceará e o rio São Francisco.

            Maurício de Nassau – Para administrar e expandir seus domínios no Brasil, a Companhia das Índias Ocidentais envia para Pernambuco João Maurício de Nassau, em 1637. Dotado de espírito renovador e tolerante nos campos político e religioso, Nassau ganha a simpatia dos proprietários de terra com medidas concretas de estímulo à recuperação de engenhos e plantações. Ele realiza obras de urbanização no Recife, amplia a lavoura açucareira, desenvolve fazendas de gado e assegura a liberdade de culto. Traz como colaboradores vários cientistas e promove estudos de história natural, astronomia, meteorologia e medicina. É ele também o responsável pela vinda de artistas, como os pintores Frans Post e Albert Eckhout, os primeiros a retratar as paisagens e cenas do cotidiano brasileiro. Nassau busca ainda ampliar os domínios holandeses, invadindo o Maranhão em 1641, ocupação que se estende até 1644. Sua administração termina nesse ano, quando desavenças com a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais o fazem voltar para a Europa.

            Insurreição Pernambucana – Insatisfeita com os lucros vindos de Pernambuco, a companhia substitui Nassau no governo de Pernambuco e passa a dificultar o crédito aos proprietários de terra, que se rebelam em 1645, na chamada Insurreição Pernambucana. As forças holandesas, depois de resistir por quase doze anos aos ataques dos pernambucanos, abandonam a região em 1654. Em 1661, o Tratado de Paz de Haia reconhece formalmente a soberania portuguesa sobre a vila do Recife.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

IMIGRAÇÃO NO BRASIL


O grande movimento imigratório para o Brasil foi patrocinado pelo governo imperial e por alguns governos provinciais a partir da segunda metade do século XIX. O objetivo era trazer trabalhadores aptos a substituir os escravos na agricultura e a executar tarefas necessárias à industrialização e ao desenvolvimento econômico. O movimento cresce a partir das décadas de 1870 e 1880 e se estende até meados do século XX. A onda imigratória iniciada no século XIX traz para o país cerca de 4 milhões de trabalhadores. A maioria vem da Europa, mas também é significativa a vinda de japoneses. Alguns grupos de imigrantes europeus, sobretudo italianos e espanhóis, trazem para o país as idéias anarquistas e socialistas, que são importantes para a organização e o desenvolvimento do movimento operário brasileiro.
Abaixo podemos observar um documento emitido aos representantes diplomáticos do Brasil na Europa, estimulando a vinda de estrangeiros ao Brasil:

Carta circular do Ministro dos Negócios Estrangeiros Aureliano de Sousa Coutinho escrita em novembro de 1841 aos representantes diplomáticos do Brasil na Europa, estimulando o aumento de migrantes para o Brasil em meados do século XIX.

"Desejando o governo imperial preencher o vácuo que deixa nos trabalhos agrícolas do Brasil a cessação do comércio de escravos, cuja introdução por contrabando ainda tem continuado apesar dos esforços do mesmo governo, e sendo o melhor meio de conseguir-se tão interessante objeto o promover-se na Europa a emigração de colonos úteis para o Império: tenho de recomendar-lhe que procure por publicações adequadas, em que faça conhecer quanto podem lucrar os homens industriosos vindo estabelecer-se neste abençoado País, e pelas formas que mais convenientes lhe parecerem, que em lugar de se dirigirem para os Estados Unidos tantos emigrados, se transportem antes para o Brasil. Tendo, pois, muito em vistas este assunto, V. me comunicará quaisquer idéias que lhe ocorram a respeito, entendendo-se também com os outros agentes diplomáticos na Europa, se preciso for; podendo V. convidar mesmo e insinuando aos cidadãos industriosos desse país a que emigrem para o Brasil, onde acharão todas as vantagens e segura proteção da parte do governo imperial"
GASMAN, Lydinéa. Documentos históricos brasileiros. Brasília, MEC/FENAME, 1976, pág. 136

            Primeiras imigrações - As primeiras experiências na substituição da força de trabalho escrava pela de imigrantes europeus começam a partir de 1819, com a instalação de colonos suíços na região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. O movimento imigratório se intensifica na segunda metade do século XIX com a expansão cafeeira na Região Sudeste do país e a escassez de escravos provocada pela abolição do tráfico em 1850.
Depois que grandes fazendeiros de café contratam estrangeiros para trabalhar em suas terras, os governos provinciais da região seguem o exemplo da iniciativa privada e desenvolvem programas de incentivo à vinda de trabalhadores de outros países, levando o Império a formular uma política oficial de imigração. Representantes do imperador brasileiro atuam em companhias internacionais de colonização sediadas em diversas cidades européias. Com isso se estabelece um fluxo regular de chegada de estrangeiros aos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais, tradicionais zonas cafeeiras, e também ao do Espírito Santo, onde são instaladas áreas pioneiras de cultivo de café. Além da preocupação em obter mão-de-obra para a agricultura, há também o interesse de atrair a população branca para o país a fim de reduzir proporcionalmente a população negra e mestiça no Brasil.

            Colonização no Sul - O governo incentiva ainda a imigração estrangeira para as províncias do sul do país, que se tornam estratégicas depois da Guerra do Paraguai. No caso, o objetivo é menos o de substituir a mão-de-obra escrava do que o de povoar áreas de densidade demográfica muito baixa. Até a proclamação da República (1889), mais de 1,5 milhão de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, alemães, poloneses, eslavos e judeus, entre outros, chegam ao Brasil. A maioria vai para as plantações de café do Sudeste, mas muitos se dirigem às colônias do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

            Japoneses - Com a República, mantém-se o incentivo à imigração estrangeira, agora com a participação mais acentuada dos asiáticos, sobretudo japoneses. Durante a II Guerra Mundial, a imigração européia diminui com as restrições impostas a italianos e alemães, e a entrada de japoneses é suspensa. Restabelecida no período do pós-guerra, o ciclo dessa imigração iniciado no século XIX prossegue até o início da década de 60, quando é praticamente encerrado. Entre os anos 80 e 90, o Brasil volta a receber grupos de imigrantes, na maioria vindos da Ásia, da África e de países da América Latina, como coreanos, nigerianos e argentinos, muitos entrando de forma irregular no país. O Censo de 2000 confirma que a imigração para o Brasil está crescendo, ainda que de maneira bem menos acelerada que no passado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Império Romano

O mais vasto Império da Antiguidade. Tem como marco a lendária fundação de Roma pelos gêmeos Rômulo e Remo, em 753 a.C., que se torna o centro político do Império. Sua queda, em 476, marca o começo da Idade Média. Entre seus legados estão o alfabeto latino, que dá origem a várias línguas contemporâneas, e o direito romano, base do sistema jurídico ocidental.

            A formação e o povoamento de Roma resultam do encontro de três povos que habitavam a península Itálica: os etruscos, de origem asiática, ao norte; os gregos, na região conhecida como Magna Grécia, ao sul; e os italiotas, de origem indo-européia, ao centro. Inicialmente Roma divide a sociedade em patrícios (nobreza territorial e militar) e plebeus (artesãos, comerciantes e pequenos proprietários), adota a Monarquia como sistema político e possui economia agrária. Nas artes os romanos desenvolvem a arquitetura com arcos e abóbadas, o mural decorativo, a pintura de afrescos e a escultura. A religião romana é politeísta, com sacrifícios rituais, e seus deuses equivalem às divindades gregas.

            Entre 753 a.C. e 509 a.C., Roma tem sete reis, quatro latinos e três etruscos. O governo é exercido por um rei vitalício e pelo Senado, que congrega apenas patrícios. Diante da centralização do poder nas mãos dos reis etruscos, os patrícios derrubam a Monarquia e implantam a República.

            República - Essencialmente aristocrática, a República (509 a.C.-27 a.C.) tem o Senado como órgão supremo de governo. Os senadores, vitalícios, supervisionam as finanças públicas, dirigem a política externa e administram as províncias. As funções executivas são distribuídas entre os membros da Magistratura, como os cônsules e os tribunos da plebe.

Os tribunos surgem no decorrer do período da República em conseqüência da luta dos plebeus por direitos políticos. Entre suas conquistas se destaca a Lei das Doze Tábuas (451 a.C.-449 a.C.). Até então transmitidas por via oral e totalmente manipuladas pelos patrícios, as leis passam a ser escritas e públicas.

            Expansionismo - A partir de 510 a.C., Roma dedica-se à conquista de toda a península Itálica. Em 264 a.C., o interesse pelo domínio da Sicília coloca Roma em conflito com Cartago, dando início às Guerras Púnicas (264 a.C.-201 a.C.), das quais sai vencedora. De 200 a.C. até o fim do Império Romano do Ocidente, em 476, atravessa seis séculos de contínua expansão territorial. Os romanos conquistam a Macedônia e a Grécia, a Ásia Menor, o Egito, a Cirenaica (atual Líbia), a península Ibérica, a Gália (França), a Germânia (Alemanha), a Ilíria (Albânia), a Trácia, a Síria e a Palestina.

            As numerosas conquistas afetam a estrutura e o modo de vida dos romanos. Roma deixa de ser agrária e torna-se mercantil, urbana e luxuosa. O Exército vira uma instituição poderosa e o escravismo passa a ser o modo de produção dominante.

            Crise na República - Nos séculos III a.C. e II a.C., as reformas defendidas pelos irmãos Tibério e Caio Graco em benefício da plebe e as lutas entre patrícios e plebeus enfraquecem o Senado. O I Triunvirato surge em 60 a.C., formado por Crasso, Pompeu e Júlio César. Em 46 a.C., Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) põe fim à República e torna-se ditador. É assassinado dois anos depois. Emílio Lépido, Marco Antônio (82 a.C.?-30 a.C.) e Otávio (63 a.C.-14 d.C.) compõem o II Triunvirato em 43 a.C. Mas disputas internas levam à repartição dos domínios de Roma em 40 a.C.: Marco Antônio fica com o Oriente, Lépido com a África e Otávio com o Ocidente. Otávio empreende várias manobras políticas no Senado, que lhe acabam atribuindo plenos poderes. Em 27 a.C. recebe o título de Augusto (filho divino), iniciando o Império.

            Império - Otávio Augusto procura fortalecer ainda mais seu poder com a organização de um Exército de 300 mil homens. Depois de sua morte, os outros governantes dessa dinastia são Tibério, entre 14 e 37, Calígula, entre 37 e 41, Cláudio, entre 41 e 54, e Nero, entre 54 e 68. Seguem-se as dinastias dos flávios (69-96) e dos antoninos (96-192). Com os antoninos o Império vive o chamado Século de Ouro (séculos I e II). Roma atinge sua maior extensão territorial com Trajano, entre 98 e 117. Além de pacificar o Império, Adriano, entre 117 e 138, faz uma reestruturação política e militar e a codificação do direito romano. Sob o reinado de Marco Aurélio (161-181) há grande progresso cultural.

            Decadência do Império - Na dinastia seguinte, dos severos (193-235), a fragilidade da economia, a desigualdade social, a corrupção do sistema e a politização do Exército começam a abalar o Império. Com o fim da expansão territorial, o número de escravos diminui, afetando diretamente a produção agrícola e o comércio. O Império, que vivia basicamente dos tributos cobrados, é obrigado a emitir moeda, desencadeando um processo inflacionário. A redução do contingente militar facilita ainda mais a penetração de povos bárbaros. A crise é acentuada pela popularização do cristianismo, combatido pelos romanos por ser monoteísta e negar a escravidão e o caráter divino do imperador. Em 395, diante dessa situação, Teodósio divide o Império em Império Romano do Ocidente, com centro em Roma, e Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, com capital em Constantinopla.

O Império do Ocidente subsiste por 80 anos e se extingue em 476. Sua queda marca o fim da Antiguidade e o começo da Idade Média.


Civilizações pré-colombianas (Astecas, Maias e Incas)

Civilizações pré-colombianas

Civilizações indígenas existentes na Mesoamérica (parte do México e da América Central) e na região andina (oeste da América do Sul) antes de sua conquista e destruição pelos espanhóis no século XVI. Formam Impérios, constroem monumentos e cidades e realizam importantes descobertas científicas. Os principais povos são os Maias, os Astecas e os Incas.

Civilização Asteca
 

Os astecas são um povo guerreiro que domina o vale do México entre os séculos XIV e XVI, realizando uma síntese das culturas que se desenvolveram até então na Mesoamérica. Em 1325 fundam Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa área pantanosa ao redor do lago Texcoco. A cidade é considerada uma das mais belas do mundo na época das conquistas espanholas. O rei, chefe supremo, comanda o Exército e uma sociedade altamente hierarquizada. Chefes guerreiros e sacerdotes compõem a nobreza. A maior parte da população é formada por agricultores, pequenos comerciantes e artesãos, que trabalham na construção de obras públicas e prestam o serviço militar compulsoriamente. O Império expande-se no reinado de Montezuma II, entre 1502 e 1520, agrupando 500 cidades e 15 milhões de habitantes, de quem os astecas cobram pesados tributos. Quando os espanhóis invadem o México, em 1519, conseguem a adesão dos povos dominados da região para destruir os astecas.

Realizam obras de drenagem e constroem espécies de ilhas artificiais (chinampas) para ampliar as áreas de cultivo (milho, feijão, tomate, pimenta e batata-doce). Mantêm intenso comércio, utilizando sementes de cacau como moeda. No artesanato destacam-se tecidos, cerâmica, objetos de ouro, prata e cobre. Entre os vários deuses cultuados estão o da guerra, do Sol, da chuva e a Serpente Emplumada. Usam a escrita pictórica e a hieroglífica. Adotam e modificam o calendário maia e criam a matemática.




Civilização Maia

Os maias habitam as florestas tropicais da Guatemala, de Honduras e da península de Yucatán, no sul do México, entre os séculos IV a.C e IX. Durante os séculos IX e X são dominados pelos toltecas. Não formam um império unificado. As cidades constituem a base da organização político-religiosa, na qual o governo é teocrático. Apenas a família real, os governantes e os servidores de Estado, como sacerdotes e cobradores de impostos, habitam a zona urbana. Os agricultores e trabalhadores braçais fazem parte das camadas subalternas.

A agricultura (milho, feijão, tubérculos) é o que sustenta a economia. Desenvolvem avançadas técnicas de irrigação e realizam trocas comerciais. A arquitetura monumental utiliza a pedra na construção de templos, pirâmides e palácios. Praticam com perfeição a fiação, a tintura e a tecelagem do algodão. Politeístas, cultuam deuses da natureza. Criam um complexo calendário que determina com precisão o ano solar (365 dias) e um ano sagrado (260 dias). Adotam a escrita hieroglífica e, na matemática, inventam as casas decimais e o conceito do valor zero.


Civilização Inca

Os incas estabelecem-se ao longo da cordilheira dos Andes, em territórios do Peru, do Equador, do Chile e da Bolívia. No século XIII é fundada Cuzco, capital do império.

Expandem-se entre 1438 e 1531 e, enfraquecidos por guerras internas, são dominados pelos espanhóis em 1532.

O rei (intitulado Inca) é adorado como deus e tem poder absoluto. Abaixo dele estão os nobres e os escolhidos para postos de comando: governantes, chefes militares, sábios, juízes e sacerdotes. A camada seguinte é formada por funcionários públicos e trabalhadores especializados. Na classe mais baixa estão os artesãos e os agricultores, que são obrigados a pagar tributos ao rei na forma de serviço militar e de trabalho nas obras públicas ou na agricultura. Suas obras arquitetônicas – entre elas Machu Picchu, a cidade descoberta em 1911 – causam admiração pelo requinte. Ainda hoje não existe consenso sobre como os incas encaixavam com tamanha precisão os enormes blocos de pedra que formam suas construções. Viabilizam a agricultura (milho, batata, feijão e abóbora) nas regiões montanhosas dos Andes, talhando o relevo em degraus. Nas regiões desérticas do litoral, irrigam a terra por meio de tanques e canais. Produzem um artesanato sofisticado: dominam a ourivesaria, a cerâmica e conhecem a tecnologia do bronze. São o único povo pré-colombiano a domesticar animais. Entre eles estão a lhama – utilizada para o transporte, além de fornecer couro e carne. A religião é centrada no culto ao deus Sol. Não criaram nenhum sistema de escrita, mas usam os quipos (cordões e nós coloridos) para registrar acontecimentos e fazer cálculos.