Guerras

terça-feira, 17 de maio de 2011

REPÚBLICA VELHA

Republica Velha

Presidência civil, Política dos governadores, Café-com-leite, Divisões, Aliança Liberal


Primeiro período republicano no Brasil, também chamado de I República, que dura de 1889 a 1930. É controlado pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, fortemente ligadas à agricultura cafeeira.

De 1889 a 1894, o Brasil é dominado pelos setores militares envolvidos diretamente na proclamação da República. Chefe do governo provisório, o marechal Deodoro da Fonseca assume a Presidência em fevereiro de 1891, em eleição indireta pelo Consegresso Constituinte. Desfavorecido pelas críticas feitas no parlamento à sua política econômica e à sua atuação política em geral, Deodoro renuncia em novembro do mesmo ano. Seu vice, Floriano Peixoto, assume o governo e usa o apoio popular para radicalizar a luta contra os setores monarquistas, acusados de conspirar contra o novo regime.

            Presidência civil – Republicano histórico, Prudente de Moraes, que governa entre 1894 e 1898, inaugura a fase dos governos civis e a sucessão de presidentes eleitos pelo Partido Republicano Paulista (PRP) – Campos Salles (de 1898 a 1902) e Rodrigues Alves (1902 a 1906) – e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) – Afonso Pena (1906 a 1909) e Venceslau Brás (1914 a 1918). Formado pelas oligarquias paulista, mineira e fluminense, o núcleo central do republicanismo controla as eleições, faz presidentes e domina o país.

            Política dos governadores – Com a intenção de garantir o domínio das grandes oligarquias na República, o paulista Campos Salles monta um esquema de poder que fica conhecido como "política dos governadores": o presidente da República dá suporte aos candidatos oficiais nas eleições estaduais e os governadores apóiam seu indicado nas eleições presidenciais. Para dar certo, o plano depende do poder dos coronéis sobre o eleitorado local e do controle da Comissão de Verificação de Poderes do Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais finais e pela diplomação dos eleitos.

            Café-com-leite – Com a política econômica voltada a proteger a cafeicultura e os governadores garantindo a sustentação das oligarquias regionais, implanta-se a república do café-com-leite – alusão à aliança que alterna paulistas e mineiros no poder. Nem o governo do marechal Hermes da Fonseca (1910 a 1914), dominado pelo senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de "salvações militares", abala a aliança. Na verdade, as salvações não passam de intervenções do governo federal nos estados (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará) para substituir as oligarquias de oposição por grupos políticos aliados ao poder central.

            Divisões – As primeiras rachaduras nessa estrutura aparecem no final da década de 1910. Em 1918, o paulista Rodrigues Alves é eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás. Rodrigues Alves morre antes da posse, vítima da epidemia de gripe espanhola, e paulistas e mineiros não chegam a um acordo para sua substituição. Lançam, então, o paraibano Epitácio Pessoa, que governa de 1919 a 1922. Seu sucessor é o mineiro Artur Bernardes (1922 a 1926), que não tem a unanimidade de paulistas e mineiros. Bernardes desperta uma oposição militar que desemboca nas revoltas tenentistas, tendo de governar sob estado de sítio. O paulista Washington Luís (1926 a 1930) também assume a Presidência sem o apoio total das lideranças de seu estado. Enfrenta o endividamento interno e externo do país, a retração das exportações e, a partir de 1929, os problemas provocados pela crise econômica mundial.

            Aliança Liberal – Pela política do café-com-leite, cabe ao PRM indicar o candidato à sucessão de Washington Luís. O partido já tem um nome, o do governador de Minas Gerais, Antônio Carlos. Sustentado pelo PRP, o presidente lança o nome de Júlio Prestes, governador de São Paulo. O gesto rompe o acordo das oligarquias paulista e mineira. Com o apoio do Rio Grande do Sul e da Paraíba, o PRM compõe a Aliança Liberal, que parte para a disputa, tendo o gaúcho Getúlio Vargas como candidato a presidente e o paraibano João Pessoa, a vice. Em abril de 1930, a chapa de Júlio Prestes vence a eleição. Inconformados, os aliancistas provocam a Revolução de 1930, que põe fim à República Velha.

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