Guerras

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Império Romano

O mais vasto Império da Antiguidade. Tem como marco a lendária fundação de Roma pelos gêmeos Rômulo e Remo, em 753 a.C., que se torna o centro político do Império. Sua queda, em 476, marca o começo da Idade Média. Entre seus legados estão o alfabeto latino, que dá origem a várias línguas contemporâneas, e o direito romano, base do sistema jurídico ocidental.

            A formação e o povoamento de Roma resultam do encontro de três povos que habitavam a península Itálica: os etruscos, de origem asiática, ao norte; os gregos, na região conhecida como Magna Grécia, ao sul; e os italiotas, de origem indo-européia, ao centro. Inicialmente Roma divide a sociedade em patrícios (nobreza territorial e militar) e plebeus (artesãos, comerciantes e pequenos proprietários), adota a Monarquia como sistema político e possui economia agrária. Nas artes os romanos desenvolvem a arquitetura com arcos e abóbadas, o mural decorativo, a pintura de afrescos e a escultura. A religião romana é politeísta, com sacrifícios rituais, e seus deuses equivalem às divindades gregas.

            Entre 753 a.C. e 509 a.C., Roma tem sete reis, quatro latinos e três etruscos. O governo é exercido por um rei vitalício e pelo Senado, que congrega apenas patrícios. Diante da centralização do poder nas mãos dos reis etruscos, os patrícios derrubam a Monarquia e implantam a República.

            República - Essencialmente aristocrática, a República (509 a.C.-27 a.C.) tem o Senado como órgão supremo de governo. Os senadores, vitalícios, supervisionam as finanças públicas, dirigem a política externa e administram as províncias. As funções executivas são distribuídas entre os membros da Magistratura, como os cônsules e os tribunos da plebe.

Os tribunos surgem no decorrer do período da República em conseqüência da luta dos plebeus por direitos políticos. Entre suas conquistas se destaca a Lei das Doze Tábuas (451 a.C.-449 a.C.). Até então transmitidas por via oral e totalmente manipuladas pelos patrícios, as leis passam a ser escritas e públicas.

            Expansionismo - A partir de 510 a.C., Roma dedica-se à conquista de toda a península Itálica. Em 264 a.C., o interesse pelo domínio da Sicília coloca Roma em conflito com Cartago, dando início às Guerras Púnicas (264 a.C.-201 a.C.), das quais sai vencedora. De 200 a.C. até o fim do Império Romano do Ocidente, em 476, atravessa seis séculos de contínua expansão territorial. Os romanos conquistam a Macedônia e a Grécia, a Ásia Menor, o Egito, a Cirenaica (atual Líbia), a península Ibérica, a Gália (França), a Germânia (Alemanha), a Ilíria (Albânia), a Trácia, a Síria e a Palestina.

            As numerosas conquistas afetam a estrutura e o modo de vida dos romanos. Roma deixa de ser agrária e torna-se mercantil, urbana e luxuosa. O Exército vira uma instituição poderosa e o escravismo passa a ser o modo de produção dominante.

            Crise na República - Nos séculos III a.C. e II a.C., as reformas defendidas pelos irmãos Tibério e Caio Graco em benefício da plebe e as lutas entre patrícios e plebeus enfraquecem o Senado. O I Triunvirato surge em 60 a.C., formado por Crasso, Pompeu e Júlio César. Em 46 a.C., Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) põe fim à República e torna-se ditador. É assassinado dois anos depois. Emílio Lépido, Marco Antônio (82 a.C.?-30 a.C.) e Otávio (63 a.C.-14 d.C.) compõem o II Triunvirato em 43 a.C. Mas disputas internas levam à repartição dos domínios de Roma em 40 a.C.: Marco Antônio fica com o Oriente, Lépido com a África e Otávio com o Ocidente. Otávio empreende várias manobras políticas no Senado, que lhe acabam atribuindo plenos poderes. Em 27 a.C. recebe o título de Augusto (filho divino), iniciando o Império.

            Império - Otávio Augusto procura fortalecer ainda mais seu poder com a organização de um Exército de 300 mil homens. Depois de sua morte, os outros governantes dessa dinastia são Tibério, entre 14 e 37, Calígula, entre 37 e 41, Cláudio, entre 41 e 54, e Nero, entre 54 e 68. Seguem-se as dinastias dos flávios (69-96) e dos antoninos (96-192). Com os antoninos o Império vive o chamado Século de Ouro (séculos I e II). Roma atinge sua maior extensão territorial com Trajano, entre 98 e 117. Além de pacificar o Império, Adriano, entre 117 e 138, faz uma reestruturação política e militar e a codificação do direito romano. Sob o reinado de Marco Aurélio (161-181) há grande progresso cultural.

            Decadência do Império - Na dinastia seguinte, dos severos (193-235), a fragilidade da economia, a desigualdade social, a corrupção do sistema e a politização do Exército começam a abalar o Império. Com o fim da expansão territorial, o número de escravos diminui, afetando diretamente a produção agrícola e o comércio. O Império, que vivia basicamente dos tributos cobrados, é obrigado a emitir moeda, desencadeando um processo inflacionário. A redução do contingente militar facilita ainda mais a penetração de povos bárbaros. A crise é acentuada pela popularização do cristianismo, combatido pelos romanos por ser monoteísta e negar a escravidão e o caráter divino do imperador. Em 395, diante dessa situação, Teodósio divide o Império em Império Romano do Ocidente, com centro em Roma, e Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, com capital em Constantinopla.

O Império do Ocidente subsiste por 80 anos e se extingue em 476. Sua queda marca o fim da Antiguidade e o começo da Idade Média.


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