O patrocínio coube à Indonésia, Índia, Birmânia, Ceilão (Sri Lanka) e Paquistão, que haviam preparado a conferência em uma reunião anterior em Colombo, no Ceilão.
O objetivo era a promoção da cooperação economica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao que era considerado colonialismo ou neocolonialismo dos Estados Unidos da América, da União Soviética ou de outra nação considerada imperialista, bem como de outras nações influentes que também exerciam o que consideravam imperialismo, ou seja, promoção indiscriminada de seus próprios valores em detrimento dos valores cultivados pelos povos em desenvolvimento.
Foi a primeira conferência a falar e a afirmar que o imperialismo e o racismo são crimes. Deram a ideia de criar o Tribunal da Descolonização, para julgar os culpados desse grotesco crime contra a humanidade, Imperialismo, mas a ideia foi abafada pelos países centrais. Assim, a “inspiração” para a implementação do movimento dos não-alinhados surge nesta conferência, sendo que sua fundação se dará na Conferência de Belgrado de 1961.
Falaram também sobre as Responsabilidades dos Países Imperialistas, que existem até hoje. Responsabilidade que significa ajuda para reconstruir os estragos que eles fizeram no passado. Nessa conferência foram lançados os princípios políticos do "não alinhamento" (Terceiro Mundismo), ou seja, de uma postura diplomática e geopolítica de equidistância das superpotências. Apesar do não alinhamento, todos os países declararam que eram socialistas mas não iriam se alinhar ou sofrer influência Soviética. O "Não Alinhamento" não foi possivel no contexto da Guerra Fria, onde URSS e EUA buscavam cada vez mais por áreas de influências. No lugar do conflito leste-oeste, Bandung criava o conceito de Conflito norte-sul, expressão de um mundo dividido entre países ricos e industrializados e países pobres exportadores de produtos primários.
Os Dez Princípios da Conferência de Bandung
3. Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas.
4. A abstenção de intervir ou de e ingerir nos assuntos internos de outro país. (Autodeterminação dos povos)
5. Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a Carta da ONU
6. Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir aos interesses particulares das superpotências.
7. Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país.
8. Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.
9. Estímulo aos interesses mútuos de cooperação.
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