Guerras

terça-feira, 22 de março de 2011

COMPANHIA DE JESUS

Companhia de Jesus

Sociedade missionária fundada em 1534 por Santo Inácio de Loyola com o objetivo de defender o catolicismo da Reforma Protestante na Europa e difundi-lo nas novas terras do Ocidente e do Oriente. Tem rápido crescimento e alcança grande prestígio e poder, tornando-se a instituição religiosa mais influente em Portugal e nas colônias portuguesas.
Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil em 1549, comandados pelo padre Manuel da Nóbrega, e dedicam-se à catequese indígena e à educação dos colonos. Entre os séculos XVII e XVIII, também constroem igrejas e fundam colégios. Organizam a estrutura de ensino, baseada em currículos e graus acadêmicos, e estabelecem as primeiras "reduções" ou "missões": aldeamentos onde os nativos são aculturados, cristianizados e preservados da escravização colonial. A maior parte delas é criada na região Sul, próximo aos rios Paraná e Uruguai. Juntas elas reúnem dezenas de milhares de índios. Mas é grande também o número de missões instaladas pelos jesuítas na região amazônica.
Com o crescimento das missões, agravam-se as divergências entre os padres e os colonos que se utilizam de mão-de-obra indígena. Na primeira metade do século XVII, os bandeirantes paulistas atacam os aldeamentos feitos nas regiões dos rios Paraná e Paraguai. Na região amazônica, o padre Antônio Vieira usa seu prestígio e empenho para diminuir a violência das "tropas de resgate" contra as missões jesuíticas. Em meados do século XVIII, a situação fica insustentável. O Tratado de Madri, de 1750, define a posse das terras ocupadas por Portugal e Espanha e determina a transferência dos índios de Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul, para terras argentinas e paraguaias. Alguns padres apóiam a resistência indígena, opondo-se à Coroa portuguesa. O envolvimento da Companhia de Jesus na Guerra Guaranítica serve de pretexto ao marquês de Pombal para decretar a expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal em 1759. A alegação é de que a organização tornara-se quase tão poderosa quanto o Estado, ocupando funções e atribuições mais políticas que religiosas. A companhia entra em choque também com setores da própria Igreja, que julgam excessiva a proteção dos jesuítas aos nativos. O marquês de Pombal fecha a instituição em todo o império português, muda os estatutos dos colégios e das missões e impõe a eles direções leigas. As medidas fazem parte de um conjunto de reformas que visam reorganizar a administração, reduzir os conflitos internos e estimular a atividade econômica na colônia.

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