Guerras

quinta-feira, 17 de março de 2011

Neocolonialismo

Neocolonialismo

Processo de exploração econômica e dominação política dos continentes africano e asiático pelas potências capitalistas emergentes no decorrer do século XIX e começo do XX. A disputa por novos mercados leva à partilha da África e da Ásia. Reino Unido, França e Bélgica, as primeiras potências industrializadas, iniciam o processo. São seguidos por Alemanha e EUA – que alcançam o apogeu industrial e econômico a partir de 1870 – e, posteriormente, por Itália, Rússia e Japão.
            Nessa época, os países industrializados procuram encontrar territórios ricos em matérias-primas para abastecer sua economia e novas regiões para investir o capital excedente. As colônias devem atender também aos problemas de crescimento populacional da metrópole e de fornecimento de mão-de-obra numerosa e barata. As inovações tecnológicas decorrentes da segunda Revolução Industrial e a exploração de novas fontes de energia aumentam a capacidade de produção das indústrias, o que força ainda mais a busca de novos mercados. A França instala-se sobretudo no noroeste da África, na Indonésia e na Indochina. O Reino Unido domina a Índia, ocupa o Egito, a China e estabelece colônias na África. A Rússia avança na Sibéria, no Cáucaso e na China. A Bélgica ocupa a República Democrática do Congo; a Alemanha, grande parcela da África negra. O Japão instala-se na Coréia, em parte da China e na Indochina. Os EUA dominam Cuba, Porto Rico, Filipinas, Samoa Americana, Guam e Havaí.
            As metrópoles fundam companhias privadas nas colônias para explorar o território e desenvolvem um sistema administrativo fortemente centralizado nas mãos de colonos. Os conflitos gerados pelos interesses colonialistas levam à I Guerra Mundial. A partir da II Guerra têm início a descolonização da África e da Ásia.

• Guerra do Ópio (1839-1842)

Mercadores ingleses vendiam o ópio (entorpecente extraído da papoula), cultivado na Índia, para os chineses, o que foi proibido pelo governo chinês, que passou a combater o tráfico energicamente; isso feria os interesses comerciais ingleses. O assassinato de um chinês por marinheiros ingleses embriagados fez com que o comissário imperial de Cantão ordenasse a expulsão de todos os ingleses da cidade; em resposta, em 1839, Cantão foi bombardeada pelos ingleses e isso deu início à guerra; militarmente menos preparados, os chineses foram definitivamente derrotados em 1842, quando assinaram o Tratado de Nanquim, que provocou a abertura de cinco portos chineses ao comércio inglês. A China ainda pagou indenizações e cedeu à Inglaterra a ilha de Hong Kong, que ficou sob o domínio inglês até julho de 1997.

• Revolta dos Cipaios (1857-1858)

Rebelião ocorrida na Índia, iniciada por soldados nacionalistas hindus. Eles desejavam encerrar a dominação britânica no país e chegaram a assumir o controle da cidade de Délhi. O Exército britânico, valendo-se de canhões e metralhadoras, conseguiu sufocar a revolta e as autoridades britânicas passaram a ter domínio direto da Coroa Britânica sobre o governo Indiano e várias reformas administrativas.

• Revolta dos Boxers (1899-1900)

Movimento popular ocorrido na China, liderado pela sociedade secreta dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros, que se opunha à presença estrangeira no país. Os boxers destruíram as linhas telefônicas e vias férreas, e também atacaram missões cristãs e estabelecimentos estrangeiros; isso provocou a morte de cerca de 230 estrangeiros e milhares de chineses cristãos. Foi organizada uma força internacional – composta por soldados russos, americanos, britânicos, franceses, japoneses e alemães – que assumiram o controle do país. O governo imperial aceitou pagar indenizações de guerra, liquidar as sociedades secretas, executar os principais líderes rebeldes e foi proibido de importar armas, o que promoveu o aumento da interferência estrangeira na China e diminuição da autoridade da dinastia Qing.


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